A psicologia e a psicanálise têm desempenhado um papel crucial na compreensão das complexidades da mente humana.
Duas categorias importantes dentro desse contexto são a psicose e a neurose.
Embora frequentemente utilizados, esses termos podem ser confusos para muitos.
Por isso, neste artigo, exploraremos as diferenças entre psicose e neurose, destacando as características distintas de cada uma sob a lente da psicanálise.
Vamos lá?!
O que é psicose?
A psicose é uma condição mental grave caracterizada por uma desconexão da realidade.
Indivíduos que sofrem de psicose podem experimentar alucinações, delírios e uma perda significativa da capacidade de distinguir entre o mundo interno e o externo.
Na psicanálise, a psicose é vista como uma ruptura nas defesas mentais que normalmente ajudam a lidar com conflitos e ansiedades.
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Características da Psicose
A perda do controle voluntário dos pensamentos, emoções e impulsos é a principal característica da psicose. No entanto, existem muitas outras que queremos apresentar a você.
Veja a seguir:
Alucinações
As alucinações são percepções falsas que ocorrem sem um estímulo real.
Os indivíduos psicóticos podem ouvir vozes inexistentes ou ver coisas que os outros não veem. Essas experiências podem ser assustadoras e isolantes.
Delírios
Os delírios são crenças irracionais e infundadas, frequentemente resistentes à lógica ou evidência contrária.
Por exemplo, um indivíduo psicótico pode acreditar que está sendo perseguido por forças sobrenaturais.
Desorganização do Pensamento
O pensamento pode se tornar desorganizado e difícil de acompanhar. Saltos súbitos de tópicos e a falta de conexões lógicas são comuns.
Despersonalização
Sentimentos de estranheza em relação a si mesmo e ao próprio corpo são frequentes na psicose.
O senso de identidade pode se tornar fragmentado.
Isolamento Social
A perda da capacidade de se conectar com a realidade frequentemente leva ao isolamento social, uma vez que os indivíduos podem ter dificuldade em comunicar suas experiências incomuns para os outros.
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O que é neurose?
Ao contrário da psicose, a neurose é considerada uma condição menos grave, caracterizada por ansiedades e padrões de comportamento disfuncionais.
A neurose não resulta na desconexão completa da realidade, mas pode causar sofrimento significativo e interferir na vida cotidiana.
Características da Neurose
Com relação às neuroses, tem que esta psicopatologia não se manifesta por meio de uma ruptura com a realidade.
Dessa forma, as características dela também diferem da psicose. Veja!
- Ansiedade Excessiva: A ansiedade é uma característica central da neurose. Os indivíduos neuróticos podem experimentar preocupações intensas e persistentes, muitas vezes sem uma causa aparente.
- Comportamentos Compulsivos: Comportamentos compulsivos, como lavar as mãos repetidamente, são comuns na neurose. Esses comportamentos visam aliviar a ansiedade, mas são temporários e não resolvem as preocupações subjacentes.
- Fobias: As fobias são medos irracionais e intensos de objetos, situações ou animais específicos. Mesmo que a pessoa saiba que seu medo é exagerado, ela ainda pode experimentar ansiedade extrema ao enfrentar a situação temida.
- Padrões de Pensamento Intrusivos: Pensamentos indesejados e intrusivos podem se infiltrar na mente dos indivíduos neuróticos, causando angústia. Esses pensamentos são frequentemente acompanhados por rituais mentais para tentar neutralizá-los.
- Conflitos Internos: Diferentes desejos e impulsos podem entrar em conflito na mente dos indivíduos neuróticos, resultando em tensão psicológica. A análise dos conflitos internos é uma parte fundamental do trabalho psicanalítico.
Qual a diferença entre psicose e neurose?
A neurose pode afetar a capacidade de uma pessoa de lidar com a realidade.
A psicose, por outro lado, devido ao seu caráter mais grave, pode causar alucinações e delírios, dificultando o contato com a realidade.
Mesmo que as duas condições sejam semelhantes em muitos aspectos, há algumas diferenças importantes entre elas.
Por isso, veja o vídeo abaixo para entender melhor:
Abordagem Psicanalítica para Psicose e Neurose
A psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud, oferece uma lente poderosa para entender tanto a psicose quanto a neurose.
Nesse sentido, Freud acreditava que tanto a psicose quanto a neurose tinham raízes nas experiências e conflitos inconscientes da infância.
A diferença estava na forma como esses conflitos eram lidados.
Psicanálise da Psicose
Na perspectiva psicanalítica, a psicose é vista como uma defesa extrema contra conflitos internos insuportáveis.
Em vez de permitir que esses conflitos cheguem à consciência, o indivíduo psicótico se desconecta da realidade.
Isso pode ser uma tentativa de evitar sentimentos de culpa, ansiedade intensa ou traumas não resolvidos.
Psicanálise da Neurose
A neurose, por outro lado, é vista como uma batalha constante entre impulsos contraditórios e desejos inconscientes.
Os mecanismos de defesa, como a repressão e a sublimação, são usados para manter esses conflitos sob controle.
A análise psicanalítica visa trazer à consciência esses conflitos subjacentes, permitindo que o indivíduo lide de maneira mais saudável com suas ansiedades e comportamentos disfuncionais.
Conclusão
A psicose e a neurose são dois aspectos complexos da experiência humana que têm sido explorados de maneira profunda pela psicanálise.
Enquanto a psicose envolve uma desconexão da realidade, a neurose gira em torno de padrões de ansiedade e comportamentos disfuncionais.
Ambas as condições têm raízes nas profundezas do inconsciente, e a psicanálise oferece ferramentas poderosas para entender e tratar esses desafios mentais.
Na Escola de Psicanálise IEB, o estudo dessas condições é fundamental para a formação de psicanalistas competentes.
Compreender as nuances da psicose e da neurose não apenas expande o conhecimento teórico, mas também prepara os futuros psicanalistas para ajudar os indivíduos a navegarem pelas complexidades de suas mentes e encontrarem uma maior compreensão de si mesmos.