
Uma das transformações mais relevantes que a psicanálise passou foi o foco na psicanálise relacional, que coloca a relação entre terapeuta e paciente no centro do processo terapêutico, trazendo à tona a real importância das interações humanas para o desenvolvimento psíquico.
Neste artigo, você entenderá melhor o conceito, suas aplicações clínicas e benefícios que esse tema traz para a psicanálise e para a sociedade como um todo.
O que é Psicanálise Relacional?
A psicanálise relacional é uma abordagem contemporânea da psicanálise que tem como principal objetivo trazer a importância das relações interpessoais na formação da identidade e no tratamento de conflitos psicológicos.
Uma abordagem que surgiu nos anos 1980, nos Estados Unidos, por Stephen Mitchell e Jay Greenberg, que se diferencia do modelo clássico de terapia, onde, normalmente, o terapeuta se encontra em posição mais neutra e interpretativa, já na psicanálise relacional o analista é parte ativa da interação com o paciente.
Princípios fundamentais da Psicanálise Relacional
A psicanálise relacional se baseia em alguns princípios essenciais, entre eles estão:
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A importância dos relacionamentos: no processo terapêutico, o vínculo entre terapeuta e paciente é um elemento fundamental. Além disso, a maneira como as relações anteriores do paciente refletem no ambiente físico e emocional onde a terapia acontece também é analisada.
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Intersubjetividade: um dos pilares da psicanálise relacional que traz uma perspectiva em que o terapeuta não é um observador neutro, mas sim um participante ativo que tem influência e é influenciado pelo paciente.
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Construção de significados: interpretar significados psicológicos acontecem não apenas com o paciente, mas também na interação entre terapeuta e indivíduo.
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Resgate da história pessoal: o passado do paciente é analisado dentro do contexto das relações estabelecidas ao longo da vida.
Diferenças entre a Psicanálise Clássica e a Psicanálise Relacional
Na Psicanálise Clássica o terapeuta tem um comportamento de observador neutro, com ênfase em processos internos que visam interpretar conflitos inconscientes, com objetivo de torná-los conscientes.
Já na Psicanálise Relacional o terapeuta é um participante ativo que interage com seu paciente, para construção de significados na relação terapêutica com o objetivo de transformar a dinâmica relacional.
Benefícios da Psicanálise Relacional
Essa abordagem traz diversos benefícios para o processo terapêutico como:
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Maior engajamento do paciente, pois a terapia é mais dinâmica e interativa.
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Autoconhecimento profundo, através da compreensão das relações interpessoais.
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Melhora nos relacionamentos, ao entender padrões disfuncionais de interação.
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Terapia personalizada, pois considera a história e a subjetividade do paciente.
Como a Psicanálise Relacional é aplicada na prática?
Algumas estratégias específicas são mais utilizadas pelos psicanalistas relacionais para trabalhar com seus pacientes. Entre elas, estão:
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Empatia e escuta ativa: onde o terapeuta se envolve de maneira empática, demonstrando compreensão genuína pelo paciente.
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Exploração dos padrões relacionais: onde há uma análise das relações dos pacientes e como elas influenciam no seu comportamento atual.
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Co-construção do processo terapêutico: o significado das experiências é construído em conjunto entre paciente e terapeuta.
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Foco na experiência do momento presente: a relação entre paciente e terapeuta é utilizada como espelho para entender padrões de relacionamentos do paciente.
Conclusão
A psicanálise relacional representa um avanço significativo na forma como entendemos e tratamos questões psicológicas. Seu enfoque nas interações humanas torna a terapia mais dinâmica, acessível e eficaz para muitos pacientes.
Buscar um profissional qualificado para experienciar essa abordagem pode fazer toda a diferença no seu processo de autoconhecimento.
Se você ainda tem alguma dúvida sobre o assunto, deixe um comentário!